quarta-feira, 7 de julho de 2010

Minha história.

INÍCIO
No dia 24 de Abril de 2009 recebi uma chamada informando que havia ganhado um prémio de um fim de semana gratuito para 4 pessoas em um hotel qualquer do país a minha escolha.
Seguido deste telefonema ainda ocorreram mais 3, garantindo que não era publicidade enganosa ou não sofreria pressões ao receber o prémio. Era apenas um acto de divulgação da empresa
Interpass que trabalhava com a satisfação do cliente e que teria muito interesse em me deixar feliz com o prémio para que assim eu voltasse a consumir deles e também indicasse a outros.
Apesar de não acreditar muito nessas histórias achei uma justificativa plausível então garanti que ia no horário marcado.

CAPÍTULO I - O sonho
Segui com meu marido, filha de 18 meses, irmão e cunhada e às 18:30 fui receber meu prémio no Gaia Hotel, segui sozinha enquanto os outros aguardavam no carro. Me mandaram chamar meu marido
pois só receberia o prémio na companhia dele. Meio envergonhada fui chamá-lo e os outros ficaram no carro a aguardar.
Ao entrar no salão nos atendeu um senhor chamado Fabio Muiler da equipe do Sr. Nelson Costa, que nos envolveu com uma conversa muito comprida e por ser nosso compatriota (vergonhosamente), aproveitou-se
ainda mais disto para nos prender a atenção e consideração. Seguiu-se a venda agressiva que vocês já conhecem, apresentando tudo, sempre com dados supostamente concretos, escritos em brochuras e
fazendo exemplos, nos mostrando fotos, gráficos, etc. Apesar de cometer muitos erros graves de português o Sr. Fábio que nos disse ter vindo para Portugal diante de uma promessa de contrato para jogar
futebol e foi enganado passando por maus bocados em terras lusitanas (usou isso para que nos compadecêssemos de sua figura) falava muito e prendia a nossa atenção. Sem perceber, e depois de alguns
toques do meu irmão que esperava pacientemente no carro juntamente com minha cunhada e minha filha que já dormia, o tempo passou rápido e finalmente passava das 22:00 quando ele nos apresentou finalmente
o preço daquelas maravilhas de vantagens que para além de óptimos preços em pacotes de viagens e passagens aéreas, uma semana de estadia para 4 pessoas em um hotel a escolha em Portugal e vantagens em empresas conveniadas que incluíam preços tentadores de serviços de alugueis de carros (Europcar), seguros (Allianz), vantagens em bancos para crédito habitação (BES), descontos em postos de abastecimentos (repsol), telefonia (optamos) e até um seguro de saúde para toda a família (ServiMed). Tudo isto estava escrito em uma brochura a qual nunca tivemos acesso.

O primeiro valor era muito alto, o segundo era aceitável, metade do valor do primeiro, 60 prestações de 49,92, perfazendo 2.995,00 euros que tiraríamos tranquilamente de nossos encargos mensais sem esforços se tivéssemos realmente as vantagens prometidas em todo este tempo. Ou seja, acabaríamos por deixar de pagar tão caro por serviços que ficaria mais barato recorrendo às empresas conveniadas, deixaríamos de pagar o seguro de saúde para nossa filha e assim passaríamos a ter seguro para toda a família e ainda poderíamos estar mais vezes com a nossa família no Brasil, pois as passagens sejam bem mais baratas.
Estas contas foram todas feitas com a ajuda do Sr. Fábio e quando dissemos finalmente que sim ele nos passou para o senhor Nelson Costa para fechamos o negócio.
O Sr. Nelson nos apresentou os papéis para assinar e enquanto isso o Sr. Fábio arrumava uma pasta para nó, de "boas vindas". O nosso fim-de-semana acabou por virar semana inteira, que tiraríamos em Setembro. Guardei o Voucher assinado por ele em minha bolsa e o Sr. Fábio pediu para colocar na pasta juntamente com os outros documentos. Entreguei. O Sr Nelson garantiu que a primeira mensalidade sairia apenas em Junho. Justo, estávamos praticamente em Maio...
Assinamos o contrato mas rejeitamos o cartão de crédito. Já temos um e é mais que suficiente. Preenchemos os papéis para os descontos de gasolina e o Sr. Fabio foi juntando tudo e colocando na pasta.
Faltou o NIB, como se fazia tarde o Sr. Fábio ficou de ir buscar em nossa casa, mas meu marido disse que como AINDA íamos jantar, depois passávamos lá e deixávamos.
Saímos de lá com a pasta de boas vindas nas mãos e contentes da vida. Apesar da gozação do meu irmão, disse que ele que não enxergava a maravilha e mais para a frente íamos indicá-los para entrar também no clube.
Meu marido passou mais tarde e deixou o documento que faltava.


CAPÍTULO II - Decepção

Passei os dias seguintes eufórica, fazendo contas e imaginando nossa vida maravilhosa. Que sorte ter conseguido ser sócia da Interpass!
Olhava os catálogos da pasta de boas vindas e lia os termos de contrato que lá estavam, que pensei ser do nosso contrato (depois descobri que estava relacionado apenas com as marcações de viagens.).
Não encontrei mais o Voucher mas não me chateei muito porque achei que mais cedo ou mais tarde daria com ele, dentro de uma das brochuras.
Esperei atentamente o contacto telefónico da interpass como havia ficado combinado para começar a usar minhas vantagens.
No dia 29 de Abril recebemos por email o nosso número de sócio. Com assinatura do Sr. Pedro Delgado, nosso gestor, esperei mais uns dias e a 17 de Maio recebi uma carta da interpass de boas vindas (datada do dia 15) com os cartões e o Contrato assinado juntamente com a cópia do contrato que supostamente estaria dentro da pasta, foi aí que vi que tinha um outro contrato diferente daquele que tinha nas brochuras. Esperei o contacto e como não se deu não consegui mais, liguei para saber como teria acesso às vantagens oferecidas. Já me disseram que eu teria de fazer primeiro um pedido e só depois seria contactada. Disse que queria então fazer o pedido e ele perguntou para que; Disse que para tudo, todas as vantagens: optimus, Allianz, BES, queria tudo!
Então fui recebendo as ligações e comecei a me decepcionar. Não consegui preencher sozinha o contrato com a optimus e ao pedir ajuda ao Sr. Pedro Delgado ele se mostrou grosseiro e quase me chamou
de burra a telefone. A Allianz ofereceu seguros mais caros que os nossos actualmente. E o BES não tinha preços de concorrência para me fazer alterar o meu crédito habitacional.
Comecei a me chatear e no dia 5 de Junho liguei para a interpass a dizer que estava triste com eles e não ia mais querer continuar, disseram que teria de aguardar o contacto do meu gestor. Porém o Sr. Pedro Delgado, só me contactou no dia 8 de Junho, depois de enviar emails reclamando da demora, então expus minha insatisfação achando que ele se importaria e reveria as ofertas melhorando
os preços. Ele disse que não tinha nada a fazer e então eu disse que assim não pretendia mais ser sócia da interpass o que escutei um: " ok, ora bem você já assinou o contrato a mais de 10 dias, então terá de vender seu título a outra pessoa que assuma sua dívida!" Fiquei apática e disse que não era possível, sendo assim ligaria a DECO para apresentar este absurdo. Ele disse: "Faça isso!". E pronto. Frio e simples!


CAPITULO III
- Pesadelo

No dia 09 de Junho liguei à Deco que não deu a menor atenção, dizendo que passado os 10 dias não teria nada que fazer, tentei argumentar e uma Senhora grosseira com voz de quem não tem tempo a perder me garantiu que era só isso e fim de papo. Ainda fiz mais duas ligações tentando explicar minhas razões e as circunstâncias, sem sucesso, sempre a mesma resposta: Não há nada a fazer!
Depois dos feriados dos dias 10 e 11 de Junho e fim de semana seguinte, minha angústia só aumentava, procurei na internet informações, todas negativas, chorei, fiquei nervosa, sem chão! Meu marido falou no assunto a um jurista colega de treino, o qual mostrou interesse pelo assunto e depois de ler o contrato e conhecer os factos encontrou muitas irregularidades, como é óbvio, e passou a orientar nossos passos. Vi uma luz no fim do túnel.
Fui à minha conta fazer uma consulta e notei que no mesmo dia havia entrado duas ordens de débito directo no mesmo dia, uma com o nome CIF (Clube Internacional de Férias) e outra para minha surpresa: Santader Consumer. Enviei uma carta pedindo a resolução do contrato para a interpass com aviso de recepção e posteriormente enviei fax com o mesmo conteúdo para Interpass e Santader Consumer. Liguei à Santader Consumer para perguntar que ordem de débito seria aquela e ele, maior surpresa ainda, não sabiam! Falei sobre a situação com a interpass, disse que estava cancelando o contrato e que não teria mais ligação com eles. Mandei cópia da carta por fax também à Santader. Cancelei as Ordens de Débito e notei que em Maio dia 15, no dia que me enviaram o contrato, saiu a primeira mensalidade, da minha conta. Mesmo com a ordem de débito cancelada dia 15 de Junho saiu a segunda a qual pedi o retorno ao banco. No contrato eles não colocaram nem a data de início de pagamento nem a data de fim, os campos ficaram em branco.
Depois vi também no contrato que a semana de férias a que teríamos direito seria sempre no Algarve e de acordo com a indicação deles, só durante os dois primeiros anos e ainda por cima no período de INVERNO, de 1 de Novembro a Março exceptuando as épocas festivas de fim de ano, Carnaval e Páscoa. Agora me respondam, eu brasileira, do nordeste, o que faria no Algarve em pleno INVERNO????
Me trancaria num hotel e lá ficava a consumir os serviços extras, pagando para manter rotatividade num período que ninguém mais vai para lá. Óptimo! E somente os dois primeiros anos. Ora o Sr. Fábio Muiler não sabia quando me falou que teria direito vitalício, a uma semana grátis em qualquer hotel de Portugal (pois disse a ele que não tinha muito interesse no Algarve - preferia zona de Lisboa, Alentejo...) e no período desejado. Coitadinho estava mal informado...
Em pensar que na hora de assinar o contrato meu marido perguntou se poderia deixar de ser sócio no momento que quisesse, o que o Sr Fábio respondeu com toda a sua maldade porém com um largo sorriso:
- Que é isso? Você nem assinou o contrato e já pensa em desistir? Nem vamos pensar nessas coisas? Você vai ver que só terá vantagens. :s
É claro que o Voucher do prémio que fui receber nunca mais apareceu o Sr. Nelson e o Sr. Fábio fingiram colocar na pasta de boas vindas porém esconderam juntamente com o contrato, ao qual só tive acesso no dia 17 de Maio. Tudo de caso pensado.

Bem o facto é que estou agora aguardando uma resposta do Centro de Arbitragem do Consumidor, onde me disseram que tentariam intermediar um acordo, porém sem garantia de sucesso. Depois disso é provável que tenha de ir ao tribunal. Porém disseram ainda que uma acção conjunta mediante os valores em jogo, que nem são muito altos, seria mais interessante.

Escrevo aqui sabendo que existem muitos na mesma situação.
Que todos possam se unir e mover acções conjuntas em suas áreas de residência, economizando com advogados e custos do tribunal.

Final da história: Não precisei ir a tribunal. Não cedi às ameaças. Fiquei sabendo dia 23 de Setembro pelo Centro de Arbitragem do Consumidor que o contrato foi "cancelado com perda de valores", ou seja, eles não me devolverão os quase 50 euros que paguei da primeira e única mensalidade, era pedir de mais.
Acho que eles entenderam que de mim não tirariam mais. Façam o mesmo: Não entrem em acordos que só adiaram a decisão final enquanto a interpass consegue que se pague mais uns mesesitos.
Procurem um advogado e dentro da lei tentem cancelar o pagamento o quanto antes.

Boa sorte!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Você também foi enganado pela Interpass?

Você também foi enganado pela Interpass?

Tudo começa com um telefonema e diante de pessoas tão simpáticas nos intimidamos em ser grosseiros, acabamos por ceder, afinal não é todos os dias que ganhamos um fim de semana gratuito no Algarve.
Vamos receber o prémio e nos deparamos com pessoas ainda mais simpáticas que nos envolvem em uma grande oferta "única" em nossas vidas. Fazer parte de um clube que para além de oferecer preços
incomparáveis para viagens à qualquer lugar do mundo, nos dão um fim de semana num hotel a escolha em Portugal e ainda inúmeras vantagens junto a empresas conveniadas, que vão de seguros de saúde
à crédito habitação e descontos em bombas de gasolinas. Tudo por um valor justo diante do que economizaremos com estas vantagens.
Assinamos contrato e aguardamos comodamente até ser contactado por alguém da empresa. Até que o contacto ocorra passam os 10 dias de resolução de contrato e você começa a tomar conhecimento de
que tudo o que foi prometido é mentira. Desde os preços das passagens até as vantagens em seguro.

Saiba que não está sozinho. Muitos portugueses são enganados diariamente.

Este site foi criado com o intuito de encontrar uma saída e dar esperança a quem se sente encurralado e ameaçado pela empresa INTERPASS!
Não abra mão de fazer valer os seu direitos, todos os dias crescem o número de queixas e mais e mais empresas do género são criadas. Tudo porque muita gente cruza os braços diante da primeira ameaça.
Vamos nos unir, contar nossas histórias.
Encontrar uma saída e fazer grupos para entrar em tribunal com acções conjuntas.

Junte-se a nós